Blog: Neorrealismo Italiano – Milagre em Milão
Mais um roteiro assinado em parceria por Cesare Zavattini e Vittorio De Sica, que trabalharam juntos em diversas ocasiões, incluindo “Vítimas da Tormenta” (1946), “Ladrões de Bicicleta” (1948), “Umberto D.” (1952), “Os Girassóis da Rússia” (1970), entre outros, “Milagre em Milão” é um belíssimo drama, com um pouco de humor, que marcou o neorrealismo italiano mesmo com sua premissa fantasiosa. Seja pela linda mensagem de esperança ou pelo carisma nato do órfão Totò (Francesco Golisano), que cativa e inspira os espectadores e os personagens por onde passa, “Milagre em Milão” se torna um dos melhores trabalhos do movimento.
É verdade que a sátira de De Sica pode não agradar a todos pela extrema bondade e ingenuidade de Totò, e também por abordar um lado fantasioso num movimento que preza pela realidade, mas uma vez que o espectador entra na ideia do filme, a diversão (e emoção) é garantida. Na época de seu lançamento, “Milagre em Milão” foi muito bem recebido pela crítica, sendo premiado no Festival de Cannes daquele ano e ficando no Top 3 melhores filmes de 1951 da renomada revista francesa Cahiers du Cinéma, atrás apenas de dois filmes franceses (“O Rio Sagrado”, de Renoir, e “Diário de um Pároco de Aldeia”, de Bresson).
Apresentado agora em versão restaurada na coleção “Neorrealismo Italiano”, “Milagre em Milão” é uma obra-prima que merece ser revisitada com frequência. Sem dúvidas, um dos grandes trabalhos da primorosa carreira do gênio Vittorio De Sica.
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